Veículos elétricos
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O Programa Veículo Elétrico (VE) é resultado de uma parceria inicialmente firmada entre a Itaipu e a KWO – Kraftwerke Oberhasli AG, que controla usinas hidrelétricas na região dos Alpes, na Suíça. O acordo foi formalizado em 2006 e finalizado em 2016, mas o projeto segue com outros parceiros.

O objetivo é pesquisar soluções de mobilidade elétrica que sejam técnica e economicamente viáveis, analisar seus impactos no sistema elétrico nacional e contribuir com novas tecnologias que minimizem os impactos ambientais no setor de transportes.

Nos primeiros anos do Projeto VE, mais de 80 protótipos saíram do Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Montagem de Veículos Elétricos (CPDM-VE), construído dentro de Itaipu, no galpão G5, com recursos da Eletrobras.  Os protótipos, modelo Palio Weekend, foram viabilizados a partir de parceria com a Fiat.

Para permitir pesquisas sobre o impacto dos veículos na rede elétrica, o Programa VE também incorporou à frota modelos que já são produzidos em série pela indústria. Entre eles, os modelos Twizy e Zoe, da Renault.

Em 2014, o Programa VE iniciou – em um galpão anexo ao CPDM-VE –, a montagem de  modelos Renault Twizy. O objetivo dessa ação foi viabilizar estudos para a elevação gradual do índice de nacionalização dos componentes usados nos veículos elétricos, além de preparar fornecedores de peças no Brasil e no Paraguai.

A última parceira a entrar no programa, em 2015, foi a BMW, que produz os modelos elétricos i3. Esses modelos também são utilizados para os estudos de impacto na rede elétrica.

Ônibus e caminhão elétricos

Além do transporte individual, o Projeto VE busca soluções para transporte de carga e de passageiros. Surgiu dessa preocupação o primeiro caminhão elétrico da América Latina, em parceria com a Iveco – braço da Fiat para veículos pesados. Lançado em agosto de 2009, o Iveco Daily Elétrico cabine dupla ganhou o Prêmio Destaque Tecnológico no congresso da Sociedade de Engenheiros da Mobilidade (SAE).

Na sequência, o Programa VE desenvolveu o primeiro ônibus 100% elétrico do País e o primeiro ônibus híbrido, movido a eletricidade e a etanol. A estreia do veículo híbrido foi durante a Cúpula de Presidentes do Mercosul, em Foz do Iguaçu, em dezembro de 2010.

Outro integrante da família VE é o utilitário Agrale Marruá Elétrico, com tração 4x4, desenvolvido pela Itaipu, em parceria com as empresas Agrale e Stola do Brasil. O veículo foi apresentado pela primeira vez durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, em 2012, no Rio de Janeiro.

Em 2014, outros três protótipos de ônibus 100% elétrico foram desenvolvidos pela equipe do Programa VE, com potência três vezes maior que o primeiro modelo, além de recursos como freios ABS, portas elétricas, ar-condicionado e rede Wi-Fi.

O avião elétrico

Em junho de 2015, Itaipu e a empresa ACS Aviation, de São José dos Campos (SP), colocaram no ar o primeiro avião elétrico tripulado da América Latina. O voo histórico ocorreu na pista do aeroporto da binacional, na margem paraguaia da usina.

O interesse do Programa VE neste segmento  é aprofundar os estudos sobre materiais compostos utilizados nas aeronaves, considerados fundamentais para a redução de peso dos veículos elétricos. Quanto menor o peso, maior a autonomia.

Baterias

O alto custo das baterias é considerado uma das principais barreiras à popularização dos veículos elétricos. Para superar essa dificuldade, o Projeto VE obteve recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia.

A gestora do financiamento é a Fundação Parque Tecnológico Itaipu (FPTI). Totalmente recicláveis, as baterias produzidas a partir do projeto são feitas à base de sódio, níquel e cádmio.

Outra linha de pesquisa do Programa VE é o Sistema Inteligente de Armazenamento de Energia (IESS, na sigla em inglês), que pretende viabilizar o fornecimento de energia elétrica para comunidades isoladas – como as faixas de fronteira na região Norte do País.

A solução do IESS alia fontes limpas, gratuitas e abundantes do País (energia solar e eólica) a um sofisticado sistema de armazenamento, com baterias de sódio 100% recicláveis.

Uma parceria com o Exército brasileiro permitiu a instalação de uma versão industrial do IESS em um Pelotão Especial de Fronteira (PEF) na região Amazônica.

Compartilhamento

No final de 2016, a Itaipu Binacional e o Parque Tecnológico Itaipu (PTI), inauguraram o Sistema de Compartilhamento Inteligente (SCI), para compartilhamento de veículos elétricos.

O projeto é piloto e vai atender, nesta primeira fase, apenas colaboradores de Itaipu e PTI que necessitem fazer deslocamentos dentro da margem brasileira da usina. Toda a operação do sistema será feita a partir de um aplicativo (o Mob-i) no smartphone.

Inicialmente, são empregados no projeto dez veículos elétricos modelo Twizy, da Renault, e quatro pontos de mobilidade inteligente (PMI), que são as estações para retirada e devolução dos carros.
 

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