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Meio Ambiente
CAB+10: caminho adiante é a consolidação do programa
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23/11/2012

Reconhecido como uma das melhores práticas socioambientais do mundo, o Programa Cultivando Água Boa (CAB), desenvolvido pela Itaipu Binacional e parceiros, terá como desafio manter o engajamento da sociedade, descobrir pontos vulneráveis, consolidar sua metodologia e disseminá-la para outras empresas e governos.
    
A avaliação foi feita nas mesas de debates acontecidos nesta sexta-feira (23), segundo e último dia do décimo Encontro Cultivando Água Boa (CAB+10), no Rafain Palace Hotel, em Foz do Iguaçu. A edição deste ano teve como tema central “O caminho adiante”título do último capítulo da Carta da Terra, documento planetário que inspirou o Cultivando Água Boa. O evento reuniu quase três mil pessoas.
    
Apresentações culturais e a assinatura de um compromisso institucional para a sustentabilidade encerraram o CAB+10.

A discussão sobre os próximos passos do CAB reuniu o teólogo Leonardo Boff, a professora e escritora Vera Catalão e o diretor de Coordenação de Itaipu, Nelton Friedrich. A plenária foi acompanhada pelo diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek, e pelo diretor administrativo, Edésio Passos.
   
“Para continuar avante, é preciso que vocês mostrem que o CAB cresceu, se consolidou e que vocês permaneçam como atores deste processo. Descubram aquilo que pode melhorar, desenvolvam novos talentos e troquem saberes e experiências”, recomendou Leonardo Boff.
   
Com essa visão de futuro, Itaipu poderá irradiar o programa e “colocar esses genes em outras hidrelétricas, como Furnas, Chesf e para toda parte do mundo”, completou. “Essa energia boa produzida aqui não fica presa em vocês, mas fez surgir essa força criadora em outros locais”, disse Boff.
    
Renovação permanente
    
Segundo os preceitos da Carta da Terra, “O caminho adiante” prevê a renovação constante do compromisso com as Nações Unidas e os princípios de respeito e cuidado com a comunidade; justiça social e econômica; integridade ecológica; democracia, não violência e paz. E são estes objetivos que continuarão norteando o CAB, garantiu o diretor Nelton Friedrich.
    
Vera Catalão, especialista em ecopedagogia, também ressaltou a necessidade de o CAB ser replicado em outras regiões como método eficaz de cuidado com as águas e promoção de sustentabilidade. “O Cultivando Água Boa é uma biblioteca coletiva e fico sonhando como seria bom se o povo do Rio São Francisco, por exemplo, pudesse usufruir deste método”, afirmou. “E o melhor é que isso é feito sem competição, por um processo colaborativo”.
     
Na prática, significa garantir que o CAB continuará como uma rede de proteção dos recursos da Bacia Hidrográfica do Paraná 3, área de influência do programa, e irá adiante, confirmando-se como uma metodologia aplicável em qualquer lugar do planeta.
   
Neste processo, o protagonismo continuará com as comunidades, como, por exemplo, aquelas que recompuseram as matas ciliares de suas propriedades na BP3 ou os indígenas das comunidades sustentáveis das reservas do Itamarã, Ocoy e Añetete. Cerca de 1 milhão de habitantes, em 29 municípios, são beneficiados.
    
As mais de 65 ações desenvolvidas no programa vão desde a recuperação de microbacias e a proteção da biodiversidade até a disseminação de valores e saberes que contribuem para a formação de cidadãos dentro da concepção da ética do cuidado e do respeito com o meio ambiente. Hoje, são 135 microbacias na região que estão zerando seus passivos ambientais, com ações coletivas.
    
Atualmente, as experiências do CAB servem de modelo para a hidrelétrica Yaciretá, binacional da Argentina e Paraguai, e chamaram a atenção da Organização das Nações Unidas, que escolheu o programa como um dos cases da Rio+20, e da Water Right Foundation, instituição criada no início da década passada, no Norte da Itália, para desenvolver projetos relacionados à qualidade e ao direito à água.
    
Continuidade
    
Durante o encerramento, Samek assumiu o compromisso de dar continuidade às ações do CAB na região. “Tudo aquilo que vocês, nossos parceiros, estão sugerindo, nós colocaremos em prática. Este é o empenho da Itaipu Binacional”, disse o DGB na cerimônia, na qual agradeceu as parcerias e patrocínios celebrados para o programa e seu evento.
   
“Os parceiros ajudam a tornar realidade os projetos do CAB. E quando a gente compartilha representa um fardo que, distribuído, fica mais leve. Itaipu é mais um parceiro deste grande projeto, que está transformando a fisionomia da região Oeste do Paraná e, especificamente, da BP3”.
    
Sustentabilidade dentro e fora de casa
    
A sustentabilidade também está na pauta interna da Itaipu. Em junho, a empresa lançou seu Sistema de Gestão de Sustentabilidade, que prevê a aplicação do conceito em todas as práticas corporativas.
    
Ainda que conte com programas replicados em todo o Brasil e no exterior, a Itaipu tem a meta de, até 2020, se consolidar como a geradora de energia limpa e renovável com o melhor desempenho operativo e as melhores práticas de sustentabilidade do mundo, impulsionando o desenvolvimento sustentável e a integração regional.
   
“O tipo de desenvolvimento do planeta se mostra insustentável. Entretanto, aqui neste pedaço de terra, vocês estão mostrando com que sustentabilidade significa organização”, concluiu Boff.