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No coração de Itaipu: rapel para resgatar peixes
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20/03/2009

Um vão de 11 metros de diâmetro por 18 de altura foi o ambiente de trabalho do técnico Cícero Medeiros da Silva, da Divisão de Reservatório (MARR.CD), na quarta-feira (18), na inspeção da unidade geradora 07. Sua tarefa: descer os 18 metros e resgatar os peixes no tubo de sucção, logo na saída da turbina.

 

O trabalho começou um dia antes, com o pessoal da SMMU.DT montando a plataforma bem abaixo da turbina. Para a segurança desta equipe, o tubo de sucção não é totalmente drenado – caso ocorra alguma queda, o empregado é amparado pela água e protegido pelo colete salva-vidas. 

 

 

A Segurança do Trabalho, aliás, acompanha atenta toda a manutenção da unidade. São dois técnicos brasileiros e dois paraguaios destacados especialmente para o trabalho da U07. E eles sabem exatamente quais atividades exigem maior atenção.

 

Mas aí voltamos para o técnico Cícero, que a essa altura já desce pelo tubo de sucção em busca de peixes. Após a montagem da plataforma, a água do tubo é quase toda drenada, restando apenas um pequeno espelho d’água para manter os peixes vivos.

 

Em uma gaiola, Cícero desceu lentamente pelo tubo de sucção, sob a orientação de Sandro Heil, também da MARR.CD. Além da proteção do cabo de aço, a atividade conta com um sistema de back-up – um outro cabo é preso ao técnico, uma redundância de segurança necessária.

 

Foi também exigido de Cícero: ótimas condições de saúde e um treinamento especial para trabalho em altura. “Ao descer pelo vão, a pessoa pode entrar em pânico e ficar imóvel”, afirmou o técnico de segurança do trabalho Wilmar Camilo, da Divisão de Engenharia de Segurança do Trabalho (RHSS.AD). Os equipamentos de segurança incluem ainda capacete, luva de couro e bota impermeável.

 

De volta ao lago

 

A coleta foi pequena – apenas oito peixes, entre armados, mandis e jaús. De acordo com o pessoal da área, isso é comum para uma unidade geradora localizada na região mais central da barragem. A migração dos peixes ocorre preferencialmente nas laterais, onde a velocidade da água é menor.

 

Os peixes resgatados são soltos em seu local de origem: o reservatório de Itaipu. O mesmo trabalho foi feito também a montante da barragem, entre a comporta de manutenção e a comporta stop-log. Desde 1987 já foram 500 operações de resgate, com algo em torno de 50 mil peixes coletados. A título de curiosidade: o maior exemplar salvo até hoje foi um jaú (Zungaru zungaru) de 50 quilos.