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Seminário internacional debate modelo inovador de gestão de pessoas
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22/08/2012

A França e o Brasil vivem momentos bem diferentes na economia, mas, quando o assunto é gestão de pessoas, os dois países têm em comum desafios muito parecidos. O principal deles é implementar nas corporações modelos de Recursos Humanos que priorizem a valorização das competências coletivas de desempenho. Nesta equação a soma dos talentos individuais agrega valor para o todo e tem impacto direto no ambiente do clima organizacional.     
 
Nesta terça-feira, dia 21, o tema esteve em discussão no Auditório César Lattes, no Parque Tecnológico Itaipu (PTI), em Foz do Iguaçu. Os especialistas franceses Martine Leboulair e Maurice Thevenét e também os brasileiros Joel Dutra e Roberto Ruas trouxeram a discussão para uma mesa-rendonda. O encontro reuniu mais de 250 gestores do corpo gerencial de Itaipu e de empresas convidadas.     

Segundo Elizete Medeiros, gerente de Departamento de Recursos Humanos de Itaipu, é missão do RH atender a estratégia empresarial e o bem-estar dos empregados. Mesma opinião compartilhada pelo superintendente de RH, Ariel da Silveira, um estudioso do caso. Ele foi até a França buscar os melhores especialistas da área para compartilhar experiências e ajudar a refletir sobre esse modelo de gestão, que não é tão novo assim, mas é bastante atual.     

Com as mudanças no cenário mundial da economia e do perfil do novo empregado, as empresas sabem que é preciso estar preparadas para trabalhar com recursos cada vez mais escassos, sem deixar de produzir no mesmo ritmo e qualidade. E como fazer isso? Criando espaços propícios para o desenvolvimento das pessoas, identificando talentos individuais e aprendendo a usá-los para o bem do coletivo.
   
Maurice Thevenét, doutor em gestão pela ESSEC e pesquisador nas áreas de gestão de pessoas, cultura organizacional e desenvolvimento organizacional, acredita que a valorização das competências coletivas nas empresas funciona como um bálsamo no clima organizacional, evitando as disputas individuais. “Não basta ser um bom profissional, é preciso saber jogar como time. Os RHs precisam encontrar ferramentas para incentivar esse espírito de equipe no seu quadro funcional”.

E é exatamente aí que entra o papel do gestor, público alvo do seminário. O gerente precisa ter uma visão sistêmica, ajudar a disseminar o senso de responsabilidade nas pessoas e criar espaços para que elas se desenvolvam sabendo que tudo o que  fazem ou deixam de fazer têm um impacto direto na vida do colega.  “Se alguém deixa de fazer uma entrega, por exemplo, tem que entender que vai sacrificar outra pessoa. E isso é péssimo para o clima organizacional”.

Para Martine Leboulaire, da Entreprise & Personnel, especialista em Direito do Trabalho e Consultora nas áreas de Desenvolvimento Organizacional, Gestão da Mudança e Políticas Internacionais de RH a valorização das competências coletivas ainda não ganhou o corpo necessário.

O modelo de valorização de performance individual, que pode ser sim um predito na seleção do empregado para o trabalho, já se chegou a um esgotamento no mundo ocidental. “Fomos individualizando os processos de trabalho e virou tudo uma grande competição”, criticou. Muitas pessoas estão infelizes porque veem o trabalho como algo íntimo e não coletivo, de colaboração, como deveria ser”, reforçou Maurice.  “Tanto na Europa como no Brasil, os RHs das corporações precisam reforçar a dimensão do coletivo, valorizar a qualidade da cooperação eficiente”, complementou. "Isso é visão sustentável"

Para Joel Dutra, professor doutor da USP nessa área do conhecimento, a discussão do tema é bastante apropriada para o momento. Quando se fala em diferentes gerações, o importante é destacar que a experiência de cada uma deve ser complementar. Maior referência no Brasil sobre o assunto, especialmente no que se refere à carreira, sucessão, reconhecimento e outros processos de gestão de pessoas, o especialista abordou tendências em gestão de pessoas, os desafios de gerir talentos e conflitos.

Roberto Ruas, pesquisador na área de competências coletivas e consultor de grandes empresas na implantação do modelo de gestão de competências orientado à estratégia organizacional, como no caso de Itaipu, ressaltou que a valorização das competências coletivas não é um modismo, mas um conceito mais humanista que veio para ficar.