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Meio Ambiente
UNU avalia projetos na Bacia do Paraná 3
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11/03/2009

Uma comitiva de especialistas e consultores em piscicultura da Universidade das Nações Unidas (UNU) está cumprindo desde terça-feira um roteiro de visitas técnicas à Bacia do Paraná III. 

 

 

Os técnicos estrangeiros pretendem fazer um diagnóstico geral dos projetos desenvolvidos na área de aqüicultura implantados nos municípios da região.

 

O levantamento servirá de base para a universidade financiar novos projetos e ampliar programas hoje em atividade na área. Caso aprovadas, as linhas de crédito serão abertas por intermédio do Banco do Brasil (BB).

 

Nesta terça-feira, o grupo conheceu o programa Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS) Piscicultura – implantado em São Miguel do Iguaçu. O programa é do Banco do Brasil em parceria com a Itaipu Binacional, IAP, Emater, Seab, Agabgo, Prefeitura e São Miguel, Colônia dos Pescadores Z11, entre outras entidades cooparceiras.

 

"O DRS incentiva projetos na área de piscicultura com linhas de financiamento e assessoramento técnico a empresários e produtores interessados em investir no ramo", disse Clóvis Ribeiro Filho, gerente geral do Banco do Brasil, em São Miguel do Iguaçu.

 

Sistema cooperado

 

Os técnicos da UNU conheceram o frigorífico de Peixes Racki, em São Miguel, que atua em parceria com os produtores do município na comercialização de peixes.

 

Segundo explicou o proprietário do frigorífico, Lauro Racki, a unidade particular recebe peixes dos pescadores locais, os armazena e depois comercializa aos mercados e consumidores de toda a região. "Recebemos peixes de vários municípios, como São Miguel, Santa Terezinha e Itaipulândia. Compramos os peixes e os preparamos em forma de filés ou mesmo de polpas antes de distribuirmos aos consumidores", disse o empresário.

 

Fonte de renda

 

A venda dos peixes para o frigorífico é uma fonte de renda para muitos pescadores. Boa parte desses peixes é cultivada nos tanques redes mantidos pela Itaipu Binacional no Lago, como uma das ações do programa "Mais Peixes em Nossas Águas".

 

Adilson Borges, presidente da Colônia de Pescadores Z11, em São Miguel, é um dos beneficiados com o programa. Ele disse que o "Mais Peixes em Nossas Águas" tem ajudado bastante os 180 pescadores do município no cultivo de peixes.

 

"Recebemos apoio permanente da Itaipu para mantermos e mesmo ampliarmos a produção no lago por meio dos tanques redes, sem falar em parcerias como esta do frigorífico em que repassamos nossos peixes a um bom preço para a comercialização", disse.

 

Os pescadores repassam para o frigorífico, em média, a R$ 5,50 o quilo do peixe. Os custos de produção, segundo Borges, não ultrapassam R$ 3,00. "É uma boa maneira de completarmos a renda dos pescadores e garantia de venda da produção", destacou.

 

Cultivo planejado

 

Para conhecer de perto o programa de apoio aos pescadores, o grupo de consultores e especialistas da UNU visitou ainda, o Ponto de Pesca 12, onde são mantidos tanques redes para o cultivo de peixes.

 

Recepcionados por Irineu Motter, da Diretoria de Coordenação, o grupo recebeu mais informações sobre o programa "Mais Peixes em Nossas Águas e aproveitou para conhecer de pertos os tanques rede e o sistema de cultivo dos peixes.

 

Conforme Motter, a Itaipu Binacional fez a seção dos tanques aos pescadores em sistema de comodato, além de oferecer assistência e orientação técnica e os alevinos para o cultivo. Os pescadores, em contrapartida, custeiam a ração de engorda dos peixes e disponibilizam a mão-de-obra.

 

"Os tanques fazem parte apenas de uma das 16 ações do programa "Mais Peixes", como forma de ajudarmos os pescadores, assentados e comunidade indígena, a complementarem a renda com a venda dos peixes e mesmo uma forma de incremento em sua alimentação", disse.

 

Complemento essencial

 

Segundo explicou, hoje 95% dos pescadores da região sobrevivem com apenas dois salários mínimos mensais. Com o cultivo e a venda dos peixes, os pescadores conseguem elevar a renda familiar e melhorar a qualidade de vida deles.

 

Agora pela manhã e até o início da tarde desta quarta-feira o roteiro da comitiva segue com visitas à aldeia indígena Avá Guarani, a uma propriedade de criação de alevinos, finalizando com um almoço na Colônia de Pescadores Z11, seguido de uma reunião técnica com a equipe do programa DRS, autoridades e os consultores da UNU, as 14 horas, na Câmara Municipal de São Miguel.