Depois de conhecer detalhes sobre como funcionará a Universidade Federal Latino-Americana (Unila), a comunidade da Vila C, em Foz do Iguaçu, não apenas aprovou o projeto, mas prontificou-se a se preparar para receber o empreendimento.  Os moradores incluirão no Plano de Desenvolvimento do Bairro propostas de moradias estudantis, pois, a expectativa é de que, num prazo de cinco anos, a Unila receba cerca de 10 mil acadêmicos em Foz do Iguaçu, o que vai dobrar o número de estudantes que cursam o ensino superior na cidade. O dobro do número atual.

A apresentação foi feita na quinta-feira (18) à noite, na Escola Municipal Padre Luigi, por integrantes da Comissão de Implantação da Unila. Além de representantes dos moradores, participaram do encontro a secretária municipal da Educação, Joane Vilela Pinto, e a secretária municipal de Saúde, Lizete Palma de Lima.

Além das moradias universitárias que serão construídas em terreno doado pela prefeitura, na entrada da Vila C, haverá necessidade da própria comunidade criar pensões para atender aos estudantes, segundo explicou Paulino Motter, integrante da Comissão de Implantação. Ele adiantou que o bairro ganhará ainda um hotel de trânsito.

Durante toda a explanação, Motter deixou claro que o objetivo da Universidade é a integração com a Vila. “Não queremos que o prédio da Unila seja um monumento onde moradores do seu entorno não tenham acesso”, frisou. Para isso, a região receberá incentivos para crescer de forma ordenada junto com a instituição.

Motter também aproveitou para estimular os estudantes do ensino fundamental e médio da região a encararem a nova universidade pública como um objetivo a ser alcançado. “O sucesso da Unila será medido pelo número de iguaçuenses freqüentando a instituição”, ressaltou.

Segundo a coordenadora do Projeto Energia Solidária da Itaipu Binacional, Rosângela Silva, a apresentação serviu para esclarecer as dúvidas da comunidade e também para estimular os moradores a se organizar melhor para receber os professores e os acadêmicos, que começam a chegar em 2009.

Para a diretora da Escola Municipal Padre Luigi, Ana Paulina, a Unila trará desenvolvimento para a região. “Será bom para nós e nossos filhos, que terão um lugar para estudar”, afirmou.

A professora Juliana Aparecida Ribeiro disse que a Unila é uma proposta inovadora de ensino superior. “Depois de conhecer detalhes, vamos nos preparar para receber esse empreendimento”, garantiu.

Além do projeto da universidade em si, o superintendente de Obras da Itaipu, Newton Kaminski, explicou à comunidade detalhes sobre a escolha do local onde será construída a Unila. Segundo Kaminski, o primeiro passo foi verificar a área necessária. Para atender toda a estrutura seriam necessários 40 hectares - equivalentes a 65 estádios de futebol como o Maracanã, no Rio de Janeiro.

De acordo com ele, a Itaipu dispunha de três terrenos com essa medida. Para escolher qual o espaço, entre outros aspectos, a comissão avaliou, qual deles teria acesso independente da Usina e menor impacto ambiental. A área escolhida foi uma logo após a barreira de controle da Usina. As obras devem ser iniciadas no primeiro trimestre de 2009.