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Institucional
Em Foz do Iguaçu, Lula defende novas adesões ao Mercosul
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17/12/2010

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista coletiva à imprensa no encerramento da 40ª Cúpula do Mercosul, fez um balanço positivo da situação do bloco e defendeu que os países-membros trabalhem para trazer novos integrantes, como Equador, Bolívia, Venezuela, Peru, as Guianas e demais nações do continente. O presidente brasileiro transmitiu a presidência pro-tempore do bloco ao presidente do Paraguai, Fernando Lugo.
     

Segundo Lula, o momento é propício a novas adesões ao bloco. Ele aconselhou o presidente Lugo a trabalhar pela aprovação, pelo congresso paraguaio, da adesão da Venezuela e prometeu o apoio da presidente eleita, Dilma Rousseff, nos assuntos referentes ao Mercosul.

          
“Fui o primeiro a ser eleito dos presidentes que hoje estão aqui. Lembro da descrença, das disputas internas. Diziam que o Mercosul estava falido e que era preciso construir outro bloco, a Alca”, afirmou Lula. “Hoje, certamente estão percebendo que, graças à ousadia, os países do Mercosul chegaram ao nível extraordinário de bom relacionamento político e comercial que existe hoje. Nenhum de nós se queixa por estar no Mercosul.”
    
Perguntado a respeito de taxas que estão sendo aplicadas a produtos brasileiros pela Argentina, Lula respondeu que essas são questões normais dos blocos e que os países precisam defender seus interesses nacionais, mas sem perder de vista que precisam se entender e chegar a consensos. “Certamente, a relação que hoje existe no Mercosul é melhor que a relação entre os Estados Unidos e a China, é melhor que a relação entre a Alemanha e a França, é melhor que a relação entre a Inglaterra e a Irlanda”, enfatizou o presidente.
     
Sobre esse aspecto, o presidente Lugo disse que é normal que haja dificuldades em um processo de integração, mas que vê com muito otimismo o futuro do Mercosul. Ele elogiou a realização da 10ª Cúpula Social, que precedeu o encontro dos chefes de estado e foi realizada na Itaipu Binacional. “Os presidentes saem daqui enriquecidos pelas contribuições dos movimentos sociais, que estão dando um ‘rosto humano’ à integração. O Mercosul não pode ser somente uma reunião entre chefes de governo”, disse o presidente do paraguaio que, ao se despedir, homenageou o papel de Lula como estadista e sua grande contribuição para o bloco regional.
     
O presidente uruguaio, José Mujica, destacou a necessidade dos países investirem em inovação, a partir de um ponto de vista local, valorizando sua diversidade cultural e ambiental. “O Mercosul ainda é um bloco muito jovem e, portanto, tem muito trabalho pela frente”.
     
Em um momento de descontração, o presidente Lula destacou uma das conquistas anunciada nesta Cúpula, o registro único de veículos do Mercosul, e disse em breve irá visitar Mujica, dirigindo seu próprio “coche” com placa do bloco regional. Perguntado sobre o que achou da indicação de seu nome para a direção da ONU pelo presidente boliviano Evo Morales, Lula respondeu que se sente lisonjeado, mas que o órgão internacional deve permanecer sob a condução de técnicos e não de ex-presidentes ou políticos.
     
“Fico muito feliz pela oportunidade de ter sido presidente do Brasil. Já me dou por satisfeito. Mas sou político e vou continuar fazendo política. Acho que posso ainda contribuir na organização dos partidos políticos da América Latina e também levando as políticas sociais bem-sucedidas do Brasil para países da África, desde que respeitando as peculiaridades e a autonomia de cada país. Já não preciso mais de cargo, preciso de motivação”, completou Lula.